terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Quase.

Eu quase consegui me entregar para alguém semana passada. Por um instante eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase.

Final de semana, me diverti tanto com uma amiga, tanto que quase fui feliz de novo.
Eu achei que quando passasse o tempo. Eu achei que quando finalmente visse você tão livre, tão forte e tão indiferente. Eu achei que quando eu sentisse o fim, achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.

Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.

Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.

Todos os dias eu quase te ligo. Eu quase consigo ser leve e eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo. Sem nenhuma ansiedade, quase termino o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, quase sempre, vira nada. Mas não vira nada quase nunca.

Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.

Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo mais textos sobre você.

O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, quase não sei quem é.

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