quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Atente você, desconhecido.

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir.
Não se mostre indiferente, tenho o péssimo hábito de revidar.
Toque muito em mim, principalmente nas mãos e minta sobre minha estonteante beleza.
Tenho vida própria, faça-me sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir e admirá-lo.
Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto.
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras. Elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro, deixe-me sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre, pois eu também gosto de ser contrariada.
Seja mais forte que eu e menos egoísta.
Não se vista tão bem. Gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço.
Reverenciarei tudo em você que estiver ao meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e o joelho esfolado. Você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Assim, terá uma boa desculpa para que eu cuide de você. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida.
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Enlouqueça-me uma vez por semana. Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal.
Não invente de querer muitos filhos, carregar-me para jantares pacatos, apresentar sua família. Isso a gente vê depois, se calhar.
Quero ver você nervoso, inquieto.
Olhe para outras mulheres e ache que eu sou melhor que elas, por qualquer razão.
Tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos.
Faça-me massagem nos ombros.
Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.
Rapte-me e, por fim, se nada disso funcionar, experimente me amar.

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